Se eu não tivesse conhecido o João Bachilli há mais de 25 anos atrás (ele ajudava a Glaura - a minha professora de Educação Física na época - e a gente nos nossos treinos de Ginástica Olímpica no Pelotense) e não conhecesse a dedicação e a gigantesca capacidade criativa dele, eu custaria a acreditar que o Tholl é genuina e verdadeiramente daqui de Pelotas, no que, tenho certeza seria acompanhada por muitos de meus conterrâneos.
Desde a primeira vez que vi o espetáculo Imagem e Sonho fiquei fascinada (com o "agravante" de que na trilha sonora eles incluiram trechos da soundtrack da Sociedade do Anel, o primeiro filme da trilogia d'O Senhor dos Anéis, filme pelo qual sou absolutamente LOUCA!). Tudo era de uma magia que me deixou sem fôlego e literalmente em lágrimas (de emoção e de riso, porque a parte da sátira à ópera Carmen com pedaços da coreografia original do ballet é impagável! :D) Virei criança assistindo e quase invejei as que estavam lá por poderem presenciar aquilo tudo naquela idade e, como só as crianças conseguem, acreditar mesmo que AQUILO é a realidade, e que a nossa vida nesse nosso mundo "de verdade" não passa de mera ilusão.Depois de assistir não sosseguei enquanto não convenci meus pais de que eles tinham de ver o espetáculo também e, depois de vê-lo, eles ficaram igualmente encantados - e olha que eles assistiram um show do Cirque du Soleil quando estavam visitando a África do Sul. O Tholl, segundo eles, não fica devendo nada.
Assim, quando o meu pai viu no jornal a propaganda do novo espetáculo, Exotique, em única apresentação no meu amado Thetro Guarany e com direito a replay do Imagem e Sonho, ele decretou que queria ver a todo custo e que eu ou a minha mãe tratássemos de comprar as entradas antes que se esgotassem.
E com isso lá estávamos nós na platéia quinta-feira passada, sentados na fila J do teatro lotadésimo. Abrem-se as cortinas e começa o novo show. Elenco novo, nervosismo de estréia, necessidade de alguns polimentos e acertos aqui e ali e talvez um pouco mais de números digamos "ginásticos" mas all in all um espetáculo fascinante. Muito moderno, muito techno, altos efeitos de luz (malabares de neon no escuro??? Cara, eu não faço nem em plena luz do dia!!!) e um número com um cara rodando dentro de um aro em posição de Vitruvian Man do Da Vinci que deixaria o Pilobolus trocando orelhas: tudo indica que Exotique vai seguir os passos do Imagem e Sonho e se tornar outro sucesso estrondoso. Eu, de minha parte, torço por isso de todo coração.
E, se alguém me perguntar, digo sinceramente e sem recalque algum: não vi o Cirque du Soleil em Porto Alegre, mas tampouco sinto como se algo tivesse ficado faltando, pois tenho o meu próprio, o nosso very own - de Pelotas, minha gente!!! - Tholl.