Sunday, June 22, 2008

Winds of change


Invernos no nosso amado Rio Grande do Sul-céu-sol-sul-terra-e-cor são sempre ventosos. Nem que seja aquele famoso ventinho cortante feito gilette conhecido entre nós como "minuano", sempre tem uma aragem soprando. Este inverno, no entanto, parece estar sendo (sorry pelo gerundismo :P ) particularmente ventoso.

Depois que nos mudamos das Três Vendas/Terras Altas pro Centro - e a mudança foi no dia do meu niver, 26 de julho, portanto um dia de invernaço dos bons - o apartamento dos meus pais não demorou a receber o codinome de O Morro dos Ventos Uivantes. Acontece que a maioria das janelas dá para o corredor de entrada da garagem, e do outro lado dele há uma casa térrea mas que, por ser antiga, é alta. e assim se forma praticamente um tubo (sabe aqueles de teste de resistência de vento que colocam um turbinão soprando e os técnicos/cientistas ficam medindo a aerodinâmica de sei-lá-o-quê? É bem essas...). O resultado é que qualquer brisa mais forte uiva feito lobo em lua cheia por ali. uma coisa de louco.

Bom, depois me mudei pro meu apartamento e peguei invernos frios pra caramba, mas nunca tinha visto nenhum tão ventoso como este. Nas últimas semanas a coisa chegou ao ponto de assustar porque, convenhamos, no 4º (na verdade 5º porque tem o hall lá embaixo) andar venta beeeeeeeeeeeem mais do que no térreo (como é o apartamento dos meus pais). Lá nas alturas o vento não só uiva, mas bufa, resfolega e se estabaca contra as paredes - e, pior, contra as janelas - como um sasquatch bêbado e com dor de dente. Sério, essas últimas semanas têm sido uma preview live de como seria o Twister 2 - Mais Forte e Mais Furioso caso fosse lançado em Hollywood no próximo outono. Um horror. Os vidros das janelas, mesmo com as venezianas fechadas, estalam feito papel celofane sendo amassado e a gente fica só esperando quando é que um deles vai fazer aquele barulho característico de espatifamento.

Mas, ventoso ou não, esse inverno não trouxe com ele winds of change. A cidade continua a mesma de sempre. Leio hoje no jornal sobre a perspectiva da construção de shopping center(s) - sim, pode sacudir a cabeça: assim como você eu também já li/ouvi isso milhõõõões de vezes - e lembro de uma conversa ontem com a minha prima enquanto tomávamos (comíamos???) um sopão delicioso em família (preprarado pela minha mãe) de que em Fortaleza (siiiiiiiiiiim. no CEARÁ, com todo aquele calorão) existem casas que são simplesmente buffets de SOPA, enquanto que aqui, com todo esse frio, não se consegue ter um lugar assim (por várias razões, inclusive falta de público freqüentador suficiente pra manter o negócio funcionando, massssssss, enfim... :/ ). Depois, falo com amig@s que estiveram no FENADOCE e o comentário geral é o mesmo, "Éééé... tá legal... mas é a mesma coisa de sempre" (em tempo: a entrada com as "aguinhas dançantes" recebeu menção e elogios).

Bem, admito que não tem muito o que mudar mesmo em termos de expositores (comércio e indústria por aqui estão quase em reverse gear), mas o que acho que leva muitos a classificarem o evento de "sempre a mesma coisa" é um certo desapontamento em relação a edições anteriores no que se refere a atrações paralelas. Já houve tempo em que os shows eram com grandes bandas, famosas a nível nacional, tipo Skank (ou será que foi o Jota Quest que veio? - não lembro direito porque estava thrilled demais com os amigos de uma banda local que fizeram o show de abertura para eles...) e outros igualmete empolgantes, a ponto de as pessoas fazerem fila pros ingressos e, conseqüentemente, pra ir à Feira em si. Hoje, porém, o máximo que se tem são boas apresentações com bons músicos locais. Nada contra eles - muito pelo contrário!!! -, mas pra quem já os conhece, já gosta e acompanha o trabalho deles, costuma prestigiá-los fielmente na noite pelotense e tudo o mais, fica aquele gostinho de "sempre a mesma coisa". Daí fica a Feira sempre na mesma, a cidade sempre na mesma e a gente, por default, igualmente na mesma.

Tá na hora desses winds que andam soprando tão forte por aqui trazerem com eles umas changes pra Pelotas - e, se der, pras nossas vidas também.

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