Monday, November 03, 2008

Hooked on Classics


Eu já falei de como o MySpace me permitiu conhecer gente fantástica, de como fiz amigos/as em diversas partes do mundo e tal, mas uma coisa nova aconteceu recentemente: consegui resgatar uma antiga paixão. E antes que os queixos de vocês se estabaquem no chão ou os olhos pop off the orbits de espanto, já esclareço que não é uma PESSOA, mas sim uma COISA.

Minha mãe dançava ballet quando era jovem (foi por isso que ela me colocou a fazer aulas quando eu tinha 7 anos) e com isso cresci ouvindo música clássica em casa. Segundo ela também, meu bisavô tocava numa espécie de mini-orquestra que havia lá nas Três Vendas / Terras Altas, então a coisa já vem de família. Depois, fazendo aulas de ballet e principalmente dançando nos espetáculos, acabei me apaixonando por esse tipo de música. Sei que a maioria não gosta, que acha chato, blah, blah, blah, mas eu gosto. Algumas me arrepiam, outras me fazem encher os olhos de lágrimas, outras me fazem voar longe, várias me transportam no tempo e assim por diante.

Não tem como explicar o porquê, é o tipo da coisa que só quem gosta de um tipo de música sabe: é aquele tchan, aquele detalhe que toca lá no fundo da alma, e que faz aquele tipo de música ser significativo pra gente.

Pois o que aconteceu foi que, através de um amigo do MySpace (hahaha, dou um doce pra quem adivinhar queeeeeeem? :P ) conheci uma pessoa, um professor de línguas (bah, gente, ele fala Inglês, Francês, Espanhol, Português e está aprendendo Russo!) em Montreal que A-DO-RA música clássica. A "discoteca" (no sentido de "biblioteca de CDs/DVDs/Vinil") dele é imensaaaaaaa e ele sabe MUITO do assunto. Começamos a conversar sobre música e descobrinos essa paixão em comum que, confesso, nos últimos tempos andava meio apagadita pra mim. Conversa vai, conversa vem, ele agora está me ajudando a aprimorar meus - agora mais do que nunca percebo - limitados conhecimentos sobre classical music. Ele sugere músicas, compositores, manda endereços de páginas na Internet com informações, já até me conseguiu uma gravação da sonata favorita dele que, pelo que sei, não deve ser nada fácil de achar.

Com isso, fora o fato de ter ganho mais um amigo - e um amigo muito especial, super-generoso, disponível, interessado e que agora considero como meu classical music mentor - resgatei uma parte de mim que andava esquecida. Uma parte que praticamente todos os dias sa semana vestia meia-calça, leotard (ou collant), sapatilhas, fazia um coque e dançava até as bolhas nos dedos pedirem Band-Aid (o que acontecia quando o esparadrapo de proteção não dava conta do recado), uma parte que via o mundo de cima de um palco, meio cega pelas luzes, mas que entrava num mundo mágico e virava cisne, fada, visão de sonho, princesa ou camponesa ao som da música de Tchaikovsky, Mendelssohn, Rachmaninov, Adam, Minkus, Chopin, e então nada mais importava. Era uma outra vida e outras vidas, só minha(s), e que às vezes sinto falta - yup, o palco vicia... :)
Com essa volta aos clássicos, no entanto, o gostinho de pelo menos viajar na imaginação voltando no tempo ou visitando obras nunca antes escutadas eu recuperei, e, por isso, não tenho palavras pra agradecer a esse meu amigo. Fica aqui, então, um agradecimento público a alguém que, mesmo de longe, conseguiu me dar essa alegria.

Thanks, merci, gracias, obrigado. Valeu MESMO, Martin.

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