
New Year Comments
Myspace Comments - Upload Photos
Para mim, bilhões e trilhões serviam para contar estrelas. De repente, essas cifras saem da TV ou do computador, para cair no meu colo: quase achei que o mundo ia se acabar, que a derrocada estava se instalando. Foi então que governos, bancos centrais e demais instituições financeiras começaram a soltar dinheiro. Dilúvio de grana entrando pelos bolsos que a tragédia das bolsas, alimentada por incompetência, arrogância, ganância e, dizem, medo, tinha esvaziado.
Bilhões, trilhões escorrem por aí, fazendo mais uma vez bancos e semelhantes estufarem bolsos e peitos. Voltou a confiança, o mundo talvez esteja salvo, nós estamos salvos. No momento em que escrevo, começa algum alívio, gente otimista fala até em euforia. Voltou a confiança, dizem, o que faltava era confiança. Os mais realistas mencionam o efeito do abalo não mais na área financeira, mas na nossa vida. Leio que a previsão para os próximos anos é de mais 20 milhões de desempregados no mundo.
De repente, espantada, em vez de alegrinha, lembrei-me de que essa mesma falsíssima generosidade socorrista poderia estar salvando da morte pela fome milhões, quem sabe bilhões, de seres humanos. Por que a ninguém ocorreu inundá-los com essas torrentes de dinheiro, para que não morressem miseravelmente de fome e abandono, diante dos nossos olhos, exibidos por jornal, internet e televisão?
Mas não foi para esse detalhe aborrecido (quem quer ainda contemplar aqueles corpos esqueléticos, os olhos imensos e desesperados, dos famintos deste mundo chato?) que se usou a inimaginável riqueza que salvaria bancos, banqueiros e empresas. Não muito longe, mas aqui mesmo, em nosso planeta, seria preciso talvez bem menos riqueza do que essa que agora se derrama, para que milhões de pessoas deixassem de morrer de fome, tivessem casa, roupa e saúde. Ninguém faz o suficiente, explodem os presidentes de organizações humanitárias, avisam os jornalistas que por lá se aventuram, reclamam os médicos compassivos e pessoas que não podem tapar olhos e ouvidos para tão desmedida calamidade.
Eu me pergunto com que artifício psicológico conseguimos sobreviver diariamente, dormir, sonhar, transar, comprar, conversar, negociar, tendo essa riqueza toda armazenada, enquanto milhões morrem por lhes faltar o mínimo, o mais essencial e simples. Crianças esqueléticas cobertas de moscas, que, com o olhar vidrado, ainda respiram, enquanto bilhões circulam, trilhões, em bolsos e bolsas privilegiados. Mas nós continuamos vivendo. Achamos que não temos nada com isso – o que é que eu posso fazer, afinal? São vidas humanas, é verdade, mas... E quando foram bolsas, bancos, valores não morais, todos os responsáveis se agitaram, sacudiram os ossos ou as banhas e, assustados, soltaram dinheiro.
Ainda se fala em "volatilidade", mas reina uma certa alegria porque as bolsas sobem, os bancos se salvam, tudo está quase resolvido, ainda mais por aqui, onde não haverá mais do que umas ondinhas bestas. Verdade que milhões continuam morrendo, agora mesmo. Não pela peste negra, não pela bomba atômica, mas porque lhes falta pão, remédio, interesse. Parecem uns bichos incômodos, não cavalos de raça, não cachorros de madame, não touros reprodutores: suas imagens chateiam como as dos cavalos de carrocinha nas regiões urbanas, surrados até a exaustão, ou as dos meninos magricelas que nos importunam na esquina. A gente desvia o olhar, mas agora sabemos que o dinheiro existe, tanto que nós, pobres mortais, nem conseguimos avaliar. Estava guardadinho, e agora escorre para os bolsos que vão de novo agilizar as bolsas, enquanto as vidas continuam se consumindo, milhões e milhões, aqui mesmo neste mundo globalizado.
Valeu, meninas! Vocês foram DE-MAIS!!!
Londres 2012, nos aguarde... ;)
PS: Eles estão em negociações para vir tocar em Pelotas e moi aqui tem a honra de ter uma enorme parcela de responsabilidade nisso... ;)
Os trechos que aparecem são das músicas (em ordem) Reason to Live, Sleeping With the Enemy, Stay (minha favoritíííííííssima - e dele tb) e Crash and Burn (a primeira de todas a ficar pronta e que eu tb adoro).
Se alguém tiver interesse em comprar as músicas (não vai ser lançado em CD, só em formato digital) mas não tem iPod, além de iTUNES tem em formato mp3 também, daí é só falar comigo que eu explico como faz (ou acessar direto a loja da CDBaby).
E por enquanto eu fico por aqui, festejando também e - claaaaaaaaaaaaaaaaaaaro ;) - ouvindo John Nathaniel.
Quem disse que rotina não é legal? ;)
Se eu não tivesse conhecido o João Bachilli há mais de 25 anos atrás (ele ajudava a Glaura - a minha professora de Educação Física na época - e a gente nos nossos treinos de Ginástica Olímpica no Pelotense) e não conhecesse a dedicação e a gigantesca capacidade criativa dele, eu custaria a acreditar que o Tholl é genuina e verdadeiramente daqui de Pelotas, no que, tenho certeza seria acompanhada por muitos de meus conterrâneos.
Desde a primeira vez que vi o espetáculo Imagem e Sonho fiquei fascinada (com o "agravante" de que na trilha sonora eles incluiram trechos da soundtrack da Sociedade do Anel, o primeiro filme da trilogia d'O Senhor dos Anéis, filme pelo qual sou absolutamente LOUCA!). Tudo era de uma magia que me deixou sem fôlego e literalmente em lágrimas (de emoção e de riso, porque a parte da sátira à ópera Carmen com pedaços da coreografia original do ballet é impagável! :D) Virei criança assistindo e quase invejei as que estavam lá por poderem presenciar aquilo tudo naquela idade e, como só as crianças conseguem, acreditar mesmo que AQUILO é a realidade, e que a nossa vida nesse nosso mundo "de verdade" não passa de mera ilusão.E não fica por aí: eu e a Lívia (Migaaaaaaaaaaaaa!!! Saudade... - quando acaba esse teu Doutorado em POA, hein?) tivemos a chamce de nos defrontar certa noite com um Frodo (Elijah Wood) desfilando Tulha adentro (esse, ao contrário, não estava abatumado: tinha era tomado chá de bambu, pois 1 metro e 80 e pouco pra um hobbit é muito!). Outra: há uns anos atrás tinha até um cara que estudava Agronomia, pegava o ônibis pro Campus na frente do Theatro Avenida e era o Brad Pitt em Lendas da Paixão sem tirar nem pôr (aliás, segundo outra amiga minha, a Luana, ninguém sabia o nome do cara: ele era conhecido simplesmente por... Brad Pitt!). Pena que se formou e sumiu.... :P